A reunião para apresentação dos projetos executados na Lagoa da Pampulha mobilizou comunidades locais, estudantes, empresas, representantes de instituições e ONGs no último dia 27 de novembro. As discussões sobre as obras de dragagem, recuperação da qualidade da água e monitoramento ambiental ocorreram na sede do Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (PROPAM), em Belo Horizonte-MG. Cerca de 30 pessoas participaram do evento.
Recuperação da Lagoa da Pampulha
As obras de dragagem envolvem a retirada de sedimentos do fundo da Lagoa que são carreados ao longo de anos por córregos que desaguam no local. Já a recuperação da qualidade da água é feita com a aplicação de dois produtos: Phoslock e Enzilimp. O Phoslock é um remediador que busca reduzir o excesso de fósforo no corpo hídrico. Quanto mais fósforo, maior é a proliferação de algas e menor é o nível de oxigênio da água. Isso explica porque a Lagoa adquire a coloração turva em determinados períodos.
Por outro lado, o Enzilimp atua degradando a matéria orgânica que se acumula pelo lançamento de esgoto no local. Esse lançamento é uma das principais causas de degradação da Lagoa da Pampulha e ocorre também nos seus afluentes, por exemplo, os Córregos Ressaca e Sarandi. Ambas as tecnologias, Phoslock e Enzilimp, são licenciadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O Diretor de Gestão de Águas Urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura da Prefeitura de Belo Horizonte, Ricardo Aroeira, comentou a relevância da realização dessas obras na Pampulha: “Se a gente quer ter uma Lagoa em boas condições como a cidade merece, como a população merece e que foi avaliada pela UNESCO como merecedora de um título de Patrimônio da Humanidade, juntamente com o conjunto moderno e arquitetônico da Pampulha, um investimento é necessário. Um investimento no combate às causas dos problemas, como as ações da COPASA na ampliação do sistema de esgoto; como também as ações de fiscalização das Prefeituras de Belo Horizonte e Contagem para inibir ações ambientalmente inadequadas; como o combate às consequências dessas ações”.
Monitoramento Ambiental
Outro importante projeto realizado na Lagoa da Pampulha atualmente é o de Monitoramento Ambiental. A execução é feita pela Consominas que coleta dados, produz estudos e avalia sistematicamente as variáveis ambientais dos empreendimentos que atuam na região. O trabalho inclui, por exemplo, acompanhamento da gestão dos resíduos sólidos e do aterro para onde são destinados os sedimentos retirados com a dragagem; monitoramento de ruídos, de partículas, da fauna e da qualidade da água; além de monitoramento da contaminação de peixes. Também é executado um Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social em toda a Bacia Hidrográfica da Pampulha conscientizando escolas, instituições e população em geral sobre a importância das obras na região e da preservação do Meio Ambiente.
Qualidade da água
Os projetos em vigor na Lagoa da Pampulha atualmente visam recuperar a qualidade da água para que ela seja novamente enquadrada na Classe 3 da Resolução nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e Agência Nacional de Águas (ANA). Essa Classe eleva a condição atual refletindo melhores propriedades e possíveis usos da água.
Realização das obras
Os projetos executados na Lagoa da Pampulha e em sua respectiva Bacia Hidrográfica são uma realização da Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura de Belo Horizonte. O envolvimento das comunidades locais com esses projetos é altamente importante para que as ações na região sejam efetivas. O descarte correto do lixo, a ligação adequada do esgotamento sanitário e outras questões dependem diretamente do apoio da população.
A Lagoa da Pampulha foi inaugurada em 1938 e abrange cerca de 40 cursos d’água em toda a sua Bacia entre os municípios de Belo Horizonte-MG e Contagem-MG. A Lagoa também integra o Conjunto Arquitetônico da Pampulha que recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2016.